terça-feira, 18 de setembro de 2012

LÍNGUA E LINGUAGEM


 

Dizem que somos seres falantes significa dizer que temos e somos linguagem, que ela é uma criação humana ( uma instituição sociocultural ), ao mesmo tempo que nos cria como humanos (seres sociais e culturais ). A linguagem é nossa via de acesso ao mundo e ao pensamento. Ter experiência da linguagem é ter uma experiência espantosa: emitimos e ouvimos sons, escrevemos e lemos letras, mas, sem que saibamos como, experimentamos sentidos, significados,significações, emoções, desejos, idéias...
 
LÍNGUA: É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.
 
 
LINGUAGEM: Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas.

 
LINGUAGEM NÃO-VERBAL: Tem outros tipos de unidades, como gestos, o movimento, a imagem e etc.
 
LINGUAGEM MISTA: Como as histórias em quadrinhos, o cinema e a TV que utilizam a imagem e a palavra.

1º Video relacionado ao tipo de linguagem abordada.

                            



Este video chama a atenção para o fato de que uma das diferenças marcantes entre o ser humano, é o tipo utilizado da linguagem para formular questões pessoais e sociais que se dizem respeito ao sentido da sua própria existência.
 





AS VARIEDADES REGIONAIS E SOCIAIS

Um dos aspectos mais conhecidos da variação linguística é a diferenciação que caracteriza os chamados dialetos  ou variedades regionais. As variedades faladas nos estados do nordeste são diferentes daquelas faladas nos estados do Sul; e, no interior dessa regiões geográficas, poder também ser observadas diferenças entre os estados e mesmo entre regiões e cidades dos estados.
Outra importante dimensão da variação linguística é a social. As chamadas variedades populares  são aquelas faladas pelas classes sociais menos favorecidas, enquanto sa cariedades cultas são normalmente associadas as classes de maior prestígio social, constituindo a referência para a norma escrita.
 

 
 
 

GÍRIAS!

A gíria ou jargão é uma forma de linguagem baseada em um vacabulário especialmente criado por um determinado grupo ou categoria sacial com o objetivo de servir de emblema para os membros do grupo, distinguindo-os dos demais falantes da língua.
 

 
 
A gíria, ao mesmo tempo que contribui para definir a identidade do grupo que a utiliza, funciona como um meio de exclusão dos indivíduos externos a esse grupo, pois costuma resultar em uma linguagem incompreensível.
 

 
 
Entre os jovens, são varios os traços que identificam os membros de um mesmo grupo: as roupas, os adereços,os gostos, e o uso específico que fazem da língua.
 
 
 


O Preconceito Linguístico é uma Forma de Discriminação.

O preconceito linguístico se baseia na crença de que "só existe uma única Língua Portuguesa digna desse nome" e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e e catalogada nos dicionários.Qual que manifestação linguística que escape desse triãngulo escola-gramática-discionário é considerada, pelo preconceito linguístico "errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente", e não é raro a gente ouvir que "isso não é Poretuguês".

Exemplo tirado do 1º video:

1) ...queria bater na minha mãe não veio...
2)...e ai eu vou dizer é fico só na minha ta ligadonão é...
3)...se naum eu meto o bicho...

Na visão preconceituosa dos fenômenos da língua, a transformação de L em R nos encontros consonantais como em Cráudia, chicrete, praca, broco, pranta é visto como um " defeitode fala", e às vezes até como um sinal do "atraso mental" das pessoas que falam assim.





Preconceito Linguítico? Tô Fora!

Parece haver cada vez mais, nos dias de hoje, uma forte tendência a lutar contra os preconceitos, a mostrar que eles não tem fundamento e que são apenas o resultado da ignorância e de intolerância.Infelizmente, porém, essa tendência não tem atingido um tipo de preconceito muito comum as sociedades brasileiras: o preconceito linguístico. Muito pelo contrário, o que vemos é esse preconceito ser alimentado diariamente em programas de televisão e de rádio, em colunas de jornais e revista, sem falar, é claro, nos métodos tradicionais de ensinar a língua. O preconceito linguístico fica bastante claro em certo tipo de afirmação que já fazem parte da imagem ( negativa ) que o brasileiro tem de si mesmo e da língua falada.
 
 
 
 
 Este video tem como objetivo, mostrar as variações linguísticas de uma forma descontraida e cotidiana. 
 

sábado, 26 de maio de 2012

CAMÕES

POESIA LÍRICA DE CAMÕES

A obra lírica de Camões contém poemas feitos na medida velha e na medida nova. A medida velha obedece a poesia de tradição popular, as redondilhas, de cinco ou sete sílabas (menores ou maiores, respectivamente). São composições com um mote (um tema) que se desenvolve em glesa.
Os poemas em medida nova são formas poéticas ligadas á tradição clássica,sendo que os sonetos são composições poéticas de 14 versos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos.
Nos poemas de medida velha, Camões está mais próximo da poesia popular medieval. Já nos de medida nova, aproxima-se de grandes vultos clássicos. A parte mais representativa da poesia lírica camoniana são os seus sonetos, todos em versos decassilabos em que apresenta um verdadeiro ideário do amor.

Camões demonstra, em seus sonetos uma luta constante entre o amor material, manifestações da carnalidade e do desejo, e o amor idealizado, puro, espiritualizado, capaz de conduzir o homem a realização plena. Nessa perspectiva, o poema concilia o amor como idéia e o amor como forma, tendo a mulher como exemplo da perfeição.






  •  A pintura de Marc Chagall, 1939, com o tema dos Encontros e desencontros que inspirou muitos artistas ao longo da História, sendo que um deles foi o poeta lírico Luís de Camões.

domingo, 13 de maio de 2012

AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER

Amor é  fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões 
 
ANÁLISE DO SONETO
 

O soneto “Amor é fogo que arde sem se ver”, de Luís Vaz de Camões, trata de um conceito do amor na concepção do neoplatonismo, pois, acentua-se o dualismo platônico entre sensível e inteligível, matéria e espírito, finito e infinito, mundo e Deus. Este soneto é uma definição poética do amor. Como se Camões quisesse definir este sentimento indefinível e explicar o inexplicável, colocando imensos contrastes para caracterizar este “mistério”. Para Camões, o Amor (com A maiúscula) é um tipo de ideal superior, perfeito e único, pelo qual há o anseio de atingi-lo, mas como somos imperfeitos e decaídos, somos ao mesmo tempo incapazes de chegar a esse ideal. O amor é visto, então, como um sentimento que envolve sensações e que ocorre quando existe um senso de identidade entre pessoas com identidades bem definidas e diferenciadas. Existe a dualidade da incerteza do amor “físico” (com a minúscula) com o Amor ideal, assim o amor é um tipo de “imitação” do Amor, na realidade o autor procura compreender e definir o processo amoroso. Conceituando a natureza paradoxal do amor, o soneto ressalta em enunciados antitéticos, compondo um todo lógico, o caráter paradoxal do sentimento amoroso. Esclarecendo-se, entretanto, que tais contradições são, por vezes, aparentes, pois, a segunda pane de cada verso funciona como complemento da primeira, enfatizando-a por intermédio da aproximação de realidades distintas.